No artigo anterior vimos como funcionam as permissões pelo modo octal e literal. Vimos um pouco
também sobre o funcionamento do umask.
Agora vamos estudar como funcionam os tipos de permissões especiais,
que afetam arquivos executáveis e diretórios: SUID, SGUID e STICKY, conhecidos
também como permissões de sistema.
SUID
Se este bit estiver ligado em um arquivo executável, isso indica que
que ele vai rodar com as permissões do seu dono (o proprietário do arquivo) e
não com as permissões do usuário que o executou.
OBS: Só tem efeito em arquivos executáveis.
SGUID
Faz o mesmo que o SUID, mas agora o arquivo executado vai rodar com as
permissões do grupo do arquivo. Se aplicado a um diretório, força os
arquivos/diretórios criados dentro dele a ter o mesmo grupo do diretório pai,
ao invés do grupo primário do usuário que o criou.
STICKY
Se este bit for ativado, faz com que arquivos criados em um determinado
diretório só possam ser apagados por quem o criou (dono) ou pelo super-usuário
do sistema. Um exemplo de uso do STICKY é o diretório /tmp.
Tabela de Valores
SUID 4
SGUID 2
STICKY 1
SUID
Para demonstrar o uso do SUID vou dar como exemplo o comando shutdown,
que é utilizado para desligar e reiniciar o sistema, mas que só pode ser
executado pelo usuário root. Mesmo se você der permissão através do "chmod
755 /sbin/shutdown", o usuário comum não vai conseguir realizar a execução
deste, somente o root.
Vamos lá!
#
groupadd shutdown
#
gpasswd -a gabriel shutdown
#
chown root:shutdown /sbin/shutdown
#
chmod 4750 /sbin/shutdown
#
ln -s /sbin/shutdown /bin/shutdown
Comentários dos comandos acima:
groupadd
: adiciona um novo grupo ao sistema.
gpasswd
-a : adiciona um novo membro a um grupo.
chown
:: muda o dono e o grupo de um
arquivo/diretório.
chmod
: liga o bit SUID junto com as novas permissões.
-ln
-s : cria um link simbólico de um arquivo/diretório.
Agora, logue-se novamente no shell:
#
su - gabriel
Agora teste o comando shutdown. Não esqueça de voltar e terminar de ler
o artigo ;D.
# shutdown -h now
OBS 1: Reparem que, se olharmos as permissões do comando shutdown,
veremos um 's' na permissão do dono no lugar do 'x', isto indica que o bit SUID
está ligado.
OBS 2: 'su - gabriel' utilizei para que o sistema atualize-se e
reconheça que o usuário 'gabriel' agora faz parte também do grupo shutdown.
Outra forma de fazer isso seria logar-se novamente, o que seria chato pois
seria necessário sair do X. Caso conheçam uma outra maneira de fazer a mesma
coisa favor postem aqui.
SGUID
O bit SGUID tem a mesma função do bit SUID, só que agora é usada a
permissão do grupo do arquivo para executá-lo. O SGUID também tem uma outra
função, que funciona em diretórios. Quando este bit está ligado em um diretório
ele possibilita que todos arquivos/diretórios criados dentro dele pertençam ao
mesmo grupo desse diretório.
Observe que o 's' indica que o bit SGUID está ligado. Agora entre neste
diretório com outros usuários, crie arquivos e diretórios, e repare que os
arquivos e diretórios criados pertencem ao mesmo grupo do diretório pai
(diretório antecedente).
Bom, o bit STICKY não tem segredo. Como vocês já sabem, ele faz com que
um diretório funcione igual ao diretório /tmp, onde todos os usuários podem
criar arquivos/diretórios mas só o próprio dono do arquivo/diretório ou o
usuário root podem excluí-los.
#
cd /tmp
#
mkdir corrimao
#
chmod 1777 corrimao
$
cd /tmp/corrimao
$
mkdir teste
#
ls -l
drwxr-xr-x 2 linuxba users 48 2004-11-24 21:47 teste
Vamos dar uma olhada na conclusão. ;D
Conclusão
Bom, é isso ai pessoal, este artigo na verdade é uma continuação do
artigo anterior, onde foram abordados os tipos de permissões do sistema
GNU/Linux.
Para que você aprenda (e não decore) o que foi passado neste artigo,
pratique e tente entender a lógica da coisa, pois assim você vai aprender e
será muito difícil de esquecer. E fiquem à vontade quanto aos comentários.
Na Aula 6 vimos a configuração de Rede nas distribuições
baseada em Debian.
Desta vez, vamos
configurar a conexão de rede nas distribuições baseadas em Redhat/CentOS.
Obs: Caso você
esteja montando um servidor, aconselho parar o configurador de Rede da
Interface Gráfica:
1 - Pare o NetworkManager
#
service NetworkManager stop
2 - Desative o
NetworkManager da inicialização padrão do Redhat/CentOS
#
chkconfig --del NetworkManager
3 - Acesse o
diretório de configuração da rede
#
cd /etc/sysconfig/network-scripts
4 - Crie o
arquivo de configuração da eth0
# vim
ifcfg-eth0
E escreva o
conteúdo abaixo: (Se quiser, você pode fazer a mesma configuração abaixo)
DEVICE=eth0
IPADDR=10.0.0.1
NETMASK=255.0.0.0
GATEWAY=10.0.0.254
DNS1=8.8.8.8
DNS2=8.8.4.4
ONBOOT=yes
Salve o arquivo.
Para reiniciar o
serviço de rede no CentOS use:
#
service network restart
ou
#
/etc/init.d/network restart
Para iniciar a
rede automaticamente no Boot
#
chkconfig --add network
Para listar
inicialização dos daemons do Redhat/CentOS faça:
#
chkconfig --list
Obs: Veja se a
coluna correspondente ao nível 3 e 5 estão com on ou off conforme a sua
configuração.
Depois das
configurações feitas, execute os seguintes comandos para verificar as
configurações de rede:
Para listar o ip
#
ifconfig
Para exibir as
configurações de DNS
#
cat /etc/resolv.conf
Para exibir o
Default Gateway
#
route -n
Vamos agora
configurar agora o nome e domínio da máquina.
Vamos tomar como
exemplo o nome servidor.dailson.com.br
Configurando o
Nome e domínio
# vim
/etc/hosts
Acrescente a
linha com Seu IP, Nome FQDN e apelido (alias) 127.0.0.1 localhost.localdomain localhost
10.0.0.1 servidor.dailson.com.br servidor
No arquivo
/etc/sysconfig/network procure a linha HOSTNAME e coloque o seguinte valor:
HOSTNAME=servidor.dailson.com.br
Testando as
configurações:
Para verificar o
nome da máquina
#
hostname
Para verificar o
domínio
#
dnsdomainname
Para verificar a
resolução de DNS
#
ping servidor.dailson.com.br
#
ping servidor
Caso algum
comando acima retorne erro ou retorne vazio, você deve voltar aos arquivos de
configuração e checá-los novamente.
Obs: Você também
pode usar o configurador do Redhat/CentOS
#
system-config-network
Criando
Interfaces virtuais:
A maneira mais
prática, é copiar o arquivo da interface eth0 atual para o novo arquivo e fazer
a mudança de IPs.
#
cd /etc/sysconfig/network-scripts
# cp ifcfg-eth0 ifcfg-eth0:0
Abra o arquivo e
faça a alteração para o novo IP. Note que foram retiradas as linhas de DNS1,
DNS2 e GATEWAY. Isso foi feito, porque é o mesmo da eth0. Porém se você deixar,
o sistema não acusa erro.
DEVICE=eth0:0
IPADDR=10.0.0.2
NETMASK=255.0.0.0
ONBOOT=yes
Se você tem dúvida sobre o cálculo do endreço de broadcast e network, sugiro a instalação do aplicativo ipcalc: # apt-get install ipcalc
E depois coloque o ip para o ipcalc devolver todos os parâmentros de configuração da sua rede. Exemplo: # ipcalc 192.168.0.1 A resposta desse comando, são todos os cálculos para seu IP. Veja o resultado para o IP acima:
O yum é um
gerenciador de pacotes da Redhat e derivados classificado como
"amigável" (user-friendly). Na verdade, para manipular os pacotes de
instalação do Redhat/CentOS/Fedora, aprenderemos a utilizar o RPM - Redhat
Packager Mangager.
O RPM,
originalmente abreviatura de Red Hat Package Manager, e atualmente um acrónimo
recursivo de RPM Package Manager (“Gerenciador de Pacotes RPM”)1 é um sistema
de gerenciamento de pacotes de software, assim como o formato de arquivo usado
por esse sistema. Ele é parte da Linux Standard Base1 . O RPM serve para
instalar, atualizar, desinstalar, verificar e procurar softwares1 .
Originalmente desenvolvido pela Red Hat, RPM é agora usado por muitas
distribuições Linux. E também é portado para outros sistemas operacionais como NetWare
da Novell e AIX da IBM.
Um pacote
(programa) para distribuições baseadas em Redhat/CentOS/Fedora, utilizam o
formato .rpm
Exemplo:
htop-1.0.2-1.el6.rf.x86_64
Para os
exemplos abaixo, iremos usar como base o pacote htop-1.0.2-1.el6.rf.x86_64 .
Clique neste link para baixá-lo:
http://apt.sw.be/redhat/el6/en/x86_64/rpmforge/RPMS/htop-1.0.1-2.el6.rf.x86_64.rpm
Para
instalar um pacote .rpm
#
rpm -hiv htop-1.0.2-1.el6.rf.x86_64
Para
atualizar um programa a partir de um pacote .rmp
#
rpm -Uvh htop-1.0.2-1.el6.rf.x86_64
Para remover
um pacote
#
rpm -e htop (note aqui que não é o nome do pacote e sim o comando
que foi instalado)
Exibindo a
lista de arquivos instalados por um pacote
#
rpm -ql htop (note que aqui é usado o nome do comando)
Para listar
o conteúdo de um pacote .rpm
#
rpm -qpl htop-1.0.2-1.el6.rf.x86_64
Listando os
arquivos que foram instalados a partir de um pacote
# rpm
-ql htop (note que aqui é usado o nome do comando)
Exibindo
informações sobre o pacote
#
rpm -qip htop-1.0.2-1.el6.rf.x86_64
Procura o
pacote ao qual pertece o arquivo
#
rpm -qf /etc/services
Listando de
todos os pacotes instalados no sistema
O yum (Yellow dog Update, Modified) é o gerenciador de pacotes utilizado nas distribuições derivadas do Redhat como Fedora e CentOS. O yum foi desenvolvido pelo pessoal do Yellow Dog (uma distribuição baseada no RedHat e foi aperfeiçoado e adotado pela equipe da Red Hat.
O YUM é um front-end de manipulação de pacotes do Redhat, Fedora, CentOS e derivados.
Os pacotes (programas) do Redhat, tem extensão .rpm
Ex: linux-modules-2.6.24-23-server_2.6.24-23.37_i386.rpm
O Comando de manipulação é o rpm, mas programas como apt-get, yum e synaptic, facilitam esta tarefa.
Abaixo, um guia de comandos desta ferramenta.
Ao contrário do apt-get, não é necessário fazer comandos de atualização de repositórios para começar a a instalar pacotes.
Os repositórios são sites da Internet que mantém os pacotes da sua distribuição atualizados.
Lembre-se que os resositórios são configurados no diretório /etc/yum.repos.d/
Basta colocar um arquivo com qualquer nome com extensão .repo dentro deste diretório e automaticamente o repositório fica disponível.
# yum search samba
Esta opção retorna uma lista muito longa. Se não tiver familiarizado, é melhor utilizar o list:
# yum list samba
Os repositórios do YUM usa um conceito chamado de GROUP. Que é um nome que categoriza um conjunto de pacotes. Por exemplo, o grupo Administration Tools tem uma série de pacotes relativos a Ferramentas de Administração do Sistema. Para listar todos os grupos, faça:
# yum grouplist
Para instalar um grupo inteiro de programas, faça:
# yum groupinstall "Administration Tools" ou # yum install @"Administration Tools" Obs: Se o grupo tiver espaço, é necessário o uso de aspas
Outra boa maneira de pesquisar é se você lembrar o nome do programa ou um arquivo de configuração mais não lembrar do nome do pacote. Neste caso use o provides:
# yum provides mcedit
Para atualizar um pacote:
# yum update httpd
Para atualizar todo o sistema comece pelo comando abaixo. Ele não instala nada, apenas lista o que pode ser atualizado
# yum check-update
Se quiser atualizar o sistema:
# yum update
Semelhante ao Debian, se quiser fazer o upgrade e também remover pacotes obsoletos, faça:
# yum upgrade
Caso você tenha um pacote rpm e quer que o YUM o instale resolvendo todas as dependências, basta executar o comando:
# yum localinstall pacote.rpm
Limpando o cache do YUM
# yum clean
Fazendo cache local de arquivos rpm.
Ao contrário do apt-get que baixa os arquivos em /var/cache/apt/archives, o yum não baixa seus pacotes em cache. Mas existem ferramentas que fazem isso.
Para que o yum faça cache, é necessário fazer a instalação do pacote yum-downloadonly e forçar o download do pacote com o seguinte comando:
# yum install pacote --downloadonly
Outro método:
Instale o pacote yum-utils com o comando:
# yum install yum-utils.noarch
E depois faça os downloads de pacotes com o seguinte comando: # yumdownloader pacote
Por padrão, os arquivos baixados ficam em /var/cache/yum
Uma excelente dica!
Toda vez que você digita o comando yum é realizada uma checagem nos repositórios e isto torna o uso do comando um pouco lento, principalmente se você tem uma conexão lenta com a Internet. Para evitar esta checagem a cada comando, instrua o yum a guardar por um determinado tempo a última checagem que ele fez. Para isso faça:
# vim /etc/yum.conf
Procure a linha (se não tiver escreva)
# metadata_expire = 90m
e tire o comentário dela (deixando sem o #)
metadata_expire = 90m
Pronto! Com as configurações acima, durante 90 minutos o yum deixará um cache local e o comando será bem mais rápido.
Na última semana de Julho/2011 participei de um treinamento na RedHat em São Paulo denominado Fast Track, onde é englobado o conteúdo de 3 cursos em um apenas.
O Curso é denominado de RH300 e é destinado a pessoas que já tem bastante experiência em Linux. O curso é num ritmo alucinante e dura 4 dias, de segunda a quinta. Na sexta feira acontecem duas provas:
RHCSA - Redhat Certfied System Administrator.
Que é a junção de duas provas: 124 e 135. Passando nela, você obtém este título.
A tarde, fomos convidados a fazer a segunda prova:
RHCE - Redhat Certified Engineer
Neste caso, é necessário ser RHCSA e passar na prova 254.
Graças a Deus, consegui passar por esta maratona. Os dias eram árduos, chegávamos na Redhat por volta das 9 da manhã e saíamos as 9 da noite. Pois quando acabava as aulas, era hora de exercitar, fazer os labs e tirar dúvidas.
O que mais achei proveitoso, foi o fato das provas serem totalmente práticas, testando de fato se o aluno sabe. Não há "decoreba". Ou faz ou não faz. As questões eram inteligentes e o tempo curto para fazer as provas. Então não há tempo para "fuçar", é chegar, fazer e pronto!
Aconselho a todos a seguirem a carreira Redhat, vale a pena, o curso é sério, a prova é feita sob grande sigilo e o ambiente é muito profissional.
Outra coisa boa, foi conhecer pessoas legais por lá. Tinha gente do Brasil inteiro e a "Babel" estava formada.
Porém, estes são os primeiros degraus desta carreira. Em ordem, segue abaixo a carreira completa:
Red Hat Certified Datacenter Specialist (RHCDS)
Red Hat Certified Virtualization Administrator (RHCVA)
Na foto abaixo, tem parte do pessoal que fez o curso e ralava até tarde para estudar juntos.
Esta foto foi batida depois do Pior Rodízio de Pizza que já fui na face da terra! Culpa do Marcos e do Aslan que indicou.
Julio (RJ), BLKID (RJ), Dailson (PE/BA), Marcos Sabatino (RJ/DF) e Waldírio (RJ)
Meus agradecimentos em especial a Aslan Carlos e Pablo Hess que foram nossos professores.